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PAPA FRANCISCO

MEDITAÇÕES MATUTINAS NA SANTA MISSA CELEBRADA
NA CAPELA DA DOMUS SANCTAE MARTHAE

Evangelho no bolso

Segunda-feira, 1 de Setembro de 2014

 

Publicado no L'Osservatore Romano, ed. em português, n. 36 de 4 de Setembro de 2014

«Jesus está presente na palavra de Deus e fala-nos». Eis por que «a palavra de Deus é diversa inclusive da mais elevada palavra humana». E nós devemos aproximar-nos dela «com o coração aberto das bem-aventuranças e com humildade». Por isso o Papa Francisco, durante a missa, sugeriu de novo que se tenha sempre uma pequena edição do Evangelho no bolso e lê-lo todas as vezes que é possível e assim «encontrar» Jesus.

Retomando as celebrações eucarísticas matutinas — depois da suspensão nos meses de Julho e Agosto — o Pontífice reflectiu sobre a palavra de Deus centrada nas duas leituras propostas pela liturgia, tiradas respectivamente da primeira Carta de são Paulo aos Coríntios (2, 1-5) e do Evangelho de Lucas (4, 16-30).

Na primeira, frisou, são Paulo «recorda aos Coríntios como foi a sua pregação, como anunciou o Evangelho». E explicou: «A minha palavra e a minha pregação não se baseiam em discursos persuasivos de sabedoria, mas na manifestação do Espírito». Paulo, disse o Papa, continua afirmando que não se apresentou para convencer os seus interlocutores «com argumentos, palavras nem bonitas figuras». O apóstolo escolheu «outro modo, outro estilo», isto é, «a manifestação do Espírito e do seu poder». Para que — são as palavras de são Paulo — «a vossa fé não se fundasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus».

O trecho de Lucas narra Jesus na sinagoga de Nazaré, «na qual cresceu» e onde todos «o conheciam desde menino». Neste contexto, explicou o Papa, ele «começou a falar e as pessoas ouviam, comentando: “Mas que interessante!”». Depois, «davam testemunho: ficavam admirados com as palavras que dizia». E comentavam entre si: «Mas veja! Que inteligente, este menino que conhecemos, como é esperto! Mas onde terá estudado?».

E Jesus respondeu: «Em verdade, vos digo: nenhum profeta é bem aceite na sua pátria». A quantos o ouviam na sinagoga «no início», parecia «algo bom e aceitavam o estilo de conversa e de acolhimento». Mas «quando Jesus começou a anunciar a palavra de Deus enfureceram-se e queriam matá-lo». Passaram para a outra parte porque a palavra de Deus é diversa em relação à palavra humana, a palavra humana mais filosófica».

Então, perguntou-se Francisco, «como é a palavra de Deus?». A carta aos Hebreus, afirmou, «começa dizendo que, nos velhos tempos, Deus falou-nos e falou aos nossos pais por meio dos profetas. Mas nestes tempos, no fim do mundo, falou-nos no Filho».

Esta é «a palavra de Deus, a única palavra de Deus», explicou o Papa.

Torna-se muito importante, segundo o Pontífice, questionar-se: «Como devemos receber a palavra de Deus?». A resposta é clara: «Como se recebe Jesus Cristo. A Igreja diz-nos que Jesus está presente na Escritura, na sua palavra». Por isso, «aconselho muitas vezes que se tenha sempre um pequeno Evangelho na bolsa, no bolso, para ler um trecho durante o dia». Um conselho prático, disse, não tanto para «aprender» algo mas sobretudo «para encontrar Jesus, porque Jesus se encontra precisamente na sua palavra, no seu Evangelho».

Se «Jesus está presente na palavra de Deus» e «fala-nos na palavra de Deus, far-nos-á bem hoje, durante o dia — sugeriu o Pontífice — perguntar-nos: de que modo recebo a palavra de Deus?». Uma pergunta essencial, concluiu o Papa Francisco, renovando o conselho para ter sempre consigo o Evangelho.

 


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