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VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA JOÃO PAULO II À POLÓNIA
(31 DE MAIO-10 DE JUNHO DE 1997)

CONCELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA DIANTE DO SANTUÁRIO DE SÃO JOSÉ

HOMILIA DO SANTO PADRE

Kalisz, 4 de Junho de 1997

 

Caros Irmãos e Irmãs!

1. Estou grato à Providência divina por me ter dado hoje a graça de visitar a vossa cidade, esta Kalisz que as antiquíssimas crónicas assinalam nos seus mapas geográficos, muito antes das origens do Estado polaco. Já estive aqui algumas vezes. Conservo na memória aqueles encontros e os homens que neles participaram. Saúdo cordialmente todos vós aqui reunidos. Saúdo a vossa jovem Diocese e o seu primeiro Bispo ordinário, o Bispo Auxiliar, o Clero, as pessoas consagradas e todo o povo de Deus da terra de Kalisz. Saúdo-te, terra de Kalisz, com toda a tua riqueza contida no passado e no presente. Desejo que tudo isto se reavive de algum modo na Eucaristia deste dia. «Ó homem bem-aventurado, São José! » Como me sinto feliz por celebrar este Sacrifício eucarístico no Santuário de São José! Ele, com efeito, tem um lugar particular na história da Igreja e da Nação. Enquanto escutamos o Evangelho, que nos recorda a fuga para o Egipto, vêm em mente as palavras contidas na preparação litúrgica para a Santa Missa:

 «Ó homem bem-aventurado, São José, a quem foi dado não só ver e ouvir Deus, que muitos reis queriam ver e não viram, ouvir e não ouviram (cf. Mt 13, 17), mas também levá-l’O nos braços, beijá-l’O, vesti-l’O e protegêl’O! ». Nesta oração São José mostra-se como o protector do Filho de Deus. Ela continua com o seguinte pedido: «Deus, Vós que nos concedestes o sacerdócio régio, fazei, nós Vos pedimos que como São José, o qual mereceu tocar e com respeito levar nos seus braços o Vosso Filho unigénito, nascido de Maria Virgem, possamos obter a graça de servir junto dos Vossos altares, com a pureza do coração e com a inocência das obras, a fim de recebermos hoje dignamente o sacratíssimo Corpo e Sangue do Vosso Filho e merecermos o prémio eterno no mundo futuro».

É uma bonita oração! Recito-a todos os dias antes da Santa Missa e, certamente, fazem-no muitos sacerdotes no mundo. José, esposo de Maria Virgem, pai adoptivo do Filho de Deus, não era um sacerdote, mas participou no sacerdócio comum dos fiéis. E porque, como pai e protector de Jesus, pôde tê-l’O e levá-l’O nos seus braços, os sacerdotes dirigem-se a São José com o ardente pedido de poderem celebrar o Sacrifício eucarístico, com a mesma veneração e com o mesmo amor com que ele exercia a sua missão de pai putativo do Filho de Deus. Estas palavras são muito eloquentes. As mãos do sacerdote que tocam o Corpo eucarístico de Cristo querem impetrar de São José a graça duma castidade e duma veneração, iguais àquelas que o Santo carpinteiro de Nazaré demonstrava em relação ao seu Filho adoptivo. E por isso é justo que, no itinerário da peregrinação unida ao Congresso Eucarístico de Wrocław, se encontre também a visita ao Santuário de São José de Kalisz.

2. «Levanta-te, toma o Menino e Sua Mãe, foge para o Egipto» (Mt 2, 13).

 José ouviu estas palavras durante o sono. O anjo advertira-o que fugisse com o Menino, porque era ameaçado por um perigo mortal. Através do Evangelho, há pouco lido, viemos a saber daqueles que tentavam contra a vida do Menino. Em primeiro lugar Herodes, mas depois também todos os seus seguidores. Deste modo, a Liturgia da Palavra guia o nosso pensamento para o problema da vida e da sua defesa. José de Nazaré, que salvou Jesus da crueldade de Herodes, apresenta-se-nos neste instante como um grande paladino da causa da defesa da vida humana, desde o primeiro instante da concepção, até à morte natural. Queremos, então, neste lugar recomendar à Providência divina e a São José a vida humana, especialmente a das crianças ainda não nascidas, na nossa Pátria e no mundo inteiro. A vida tem um valor intocável e uma dignidade irrepetível, de modo especial porque — como lemos hoje na liturgia — cada homem é chamado a participar da vida de Deus. São João escreve: «Vede com que amor nos amou o Pai, ao querer que fôssemos chamados filhos de Deus. E, de facto, somo-lo!» (1 Jo 3, 1).

Com o olhar da fé podemos observar, com uma particular clareza, o infinito valor de cada ser humano. O Evangelho, anunciando a Boa Nova de Jesus, traz também a boa nova do homem, da sua grande dignidade, ensina a sensibilidade em relação ao homem. De cada homem que, enquanto dotado de uma alma espiritual, é «capaz de Deus». A Igreja, ao defender o direito à vida, refere- se a um nível mais amplo, a um nível universal que obriga todos os homens. O direito à vida não é uma questão de ideologia, não se trata apenas de um direito religioso; é um direito do homem. O mais fundamental direito do homem! Deus diz: «Não matarás»! (Êx 20, 13). Este mandamento é ao mesmo tempo um princípio fundamental e uma norma do código moral, inscrito na consciência de cada homem.

A medida da civilização, uma medida universal, perene, que abrange todas as culturas, é a sua relação com a vida. Uma civilização que rejeitasse os indefesos, mereceria o nome de civilização bárbara, mesmo que registrasse grandes sucessos no campo da economia, da técnica, da arte e da ciência. A Igreja, fiel à missão recebida de Cristo, não obstante as debilidades e as infidelidades de muitos dos seus filhos e filhas, trouxe com coerência à história da humanidade a grande verdade sobre o amor do próximo, atenuou as divisões sociais, superou as diferenças étnicas e raciais, inclinou-se sobre os doentes e os órfãos, sobre os anciãos e os deficientes e sobre os desabrigados. Ensinou com as palavras e as obras que ninguém pode ser excluído da grande família humana, que ninguém pode ser impelido à margem da sociedade. Se a Igreja tutela a vida nascitura é porque considera também com amor e solicitude cada mulher que deve dar à luz.

Aqui em Kalisz, onde São José, este grande defensor e zeloso protector da vida de Jesus, é venerado de modo particular, quero recordar-vos as palavras que Madre Teresa de Calcutá dirigiu aos participantes na Conferência Internacional sobre «População e Desenvolvimento », convocada pela Organização das Nações Unidas no Cairo, em 1994: «Falo-vos do mais íntimo do coração, falo a cada homem em todos os países do mundo... às mães, aos pais e aos filhos nas grandes e pequenas cidades e nas aldeias. Cada um de nós está hoje aqui, graças ao amor de Deus que nos criou, e aos nossos pais, que nos acolheram e quiseram dar-nos a vida. A vida é o maior dom de Deus. É por este motivo que é triste ver o que acontece hoje em muitas partes do mundo: a vida é deliberadamente destruída pela guerra, pela violência, pelo aborto. E nós fomos criados por Deus para coisas maiores: amarmos e sermos amados. Muitas vezes afirmei, e disto estou certa, que o maior destruidor de paz no mundo de hoje é o aborto. Se uma mãe pode matar o seu próprio filho, o que poderá deter, a ti e a mim, de nos matarmos reciprocamente? O único que tem o direito de tirar a vida é Aquele que a criou. Nenhum outro tem esse direito; nem a mãe, nem o pai, nem o médico, nem uma agência, nem uma Conferência, nem um Governo... Aterroriza-me pensar em todos aqueles que matam a própria consciência, para poder realizar o aborto. Depois da morte encontrar-nos-emos face a face com Deus, Dador da vida. Quem assumirá a responsabilidade diante de Deus por milhões e milhões de crianças, às quais não foi dada a possibilidade de viver, de amar e de ser amadas?... Uma criança é o maior dom para a família. Para a nação. Jamais recusemos este dom de Deus». Esta longa citação pertence à Madre Teresa de Calcutá. Sinto-me feliz por ela ter podido falar em Kalisz.

3. Caros Irmãos e Irmãs, sede solidários com a vida. Dirijo este apelo a todos os meus compatriotas, independentemente das convicções religiosas de cada um. Dirijo-o a todos os homens, sem excluir ninguém. Deste lugar, repito mais uma vez quanto eu disse em Outubro do ano passado: «Uma nação que mata os próprios filhos é uma nação sem futuro». Deveis acreditar que não me foi fácil dizer estas coisas pensando na minha Nação, mas desejo-lhe um futuro maravilhoso. É necessária, portanto, uma mobilização geral das consciências e um comum esforço ético, para pôr em prática a grande estratégia da defesa da vida. Hoje o mundo tornou-se a arena da luta pela vida. Continua a luta entre a civilização da vida e a civilização da morte. Por isso é tão importante a edificação da «cultura da vida»: a criação de obras e de modelos culturais, que ressaltem a grandeza e a dignidade da vida humana; a fundação de instituições científicas e educativas que promovam uma justa visão da pessoa humana, da vida conjugal e familiar: a criação de ambientes que encarnem, na prática da vida quotidiana, o amor misericordioso que Deus concede a cada homem, de modo especial ao homem que sofre, que é débil, pobre e nascituro.

Sei que na Polónia se faz muito em favor da questão da defesa da vida. Estou muito grato a todos aqueles que, de várias formas, se prodigalizam nesta obra de edificação da «cultura da vida ». De modo particular, exprimo a minha gratidão e o meu apreço a quantos na nossa Pátria, com grande sentido de responsabilidade diante de Deus, diante da própria consciência e da nação, defendem a vida humana e sustentam a dignidade do matrimónio e da família. De todo o coração agradeço à Federação dos Movimentos para a Defesa da Vida, às Associações das Famílias Católicas e a todas as outras organizações e instituições, surgidas em grande número nos últimos anos no nosso País. Agradeço aos médicos, às enfermeiras e às pessoas que defendem a vida dos nascituros. E a todos peço: tutelai a vida! Continuai a defender a vida! Esta é a vossa grande contribuição para a construção da civilização do amor. Possam as plêiades dos defensores da vida aumentar progressivamente! Não desanimeis! Esta é uma grande missão, que vos foi confiada pela Providência. Abençoe-vos Deus, do Qual tem origem cada vida. Desde os tempos em que eu ainda era Pastor, Bispo, Cardeal na Polónia sou devedor a algumas pessoas que colaboraram comigo, com generosidade e coragem, na salvaguarda da vida. Hoje desejo agradecer-lhes de novo sinceramente tudo isto. Deus vos recompense!

4. O dever do serviço pesa sobre todos e sobre cada um, mas essa responsabilidade grava de modo particular sobre a família que é uma «comunidade de vida e de amor» (Gaudium et spes, 48).

Irmãos e Irmãs, não esqueçais, nem sequer por um instante, o grande valor que constitui em si mesmo a família. Graças à presença sacramental de Cristo, graças ao pacto livremente estipulado, com o qual os cônjuges se doam um ao outro, a família é uma comunidade sagrada. É uma comunhão de pessoas unidas pelo amor, do qual São Paulo assim escreve: «O amor alegra-se com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta e jamais terá fim» (cf. 1 Cor 13, 6-8). Cada família pode construir um semelhante amor. Mas ele só é alcançável no matrimónio e exclusivamente se os cônjuges se tornarem «um dom sincero de si» (Gaudium et spes, 24), de maneira incondicional e para sempre, sem porem limite algum. Este amor conjugal e familiar é constantemente enobrecido, aperfeiçoado por comuns preocupações e alegrias, pelo sustentar-se nos momentos difíceis. Cada um se esqueça de si mesmo para o bem do amado. Um verdadeiro amor jamais se extingue. Torna-se fonte de força e de fidelidade conjugal. A família cristã, fiel à sua aliança sacramental, torna-se um autêntico sinal do gratuito e universal amor de Deus pelos homens. Este amor de Deus constitui o centro espiritual da família e o seu fundamento. Através deste amor, a família nasce, desenvolve-se, amadurece e é fonte de paz e de felicidade para os pais e para os filhos. É um verdadeiro centro de vida e de unidade.

Caros Irmãos e Irmãs, cônjuges e pais, o sacramento que vos une entre vós, une-vos em Cristo! Une-vos com Cristo! «É grande este mistério»! (Ef 5, 32). Deus «deu-vos o Seu amor». Ele vem a vós e está presente no meio de vós e habita nas vossas almas. Nas vossas famílias! Nos vossos lares! Sabia-o bem São José. Por isso não hesitou confiar- se, ele mesmo e a sua Família, a Deus. Em virtude desse abandono exerceu inteiramente a sua missão, que lhe foi confiada por Deus em relação a Maria e ao seu Filho. Sustentados pelo exemplo e pela protecção de São José, oferecei um constante testemunho de dedicação e de generosidade. Protegei e circundai de desvelo a vida de cada um dos vossos filhos, de toda a pessoa, especialmente dos doentes, dos débeis e dos deficientes. Dai testemunho do amor pela vida e compartilhai-a com generosidade.

Escreve São João: «Vede com que amor nos amou o Pai, ao querer que fôssemos chamados filhos de Deus. E, de facto, somo-lo» (1 Jo 3, 1). O homem adoptado em Cristo como filho de Deus é verdadeiramente partícipe da filiação do Filho de Deus. E por isso São João, desenvolvendo o seu pensamento, continua assim: «Caríssimos, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque O veremos como Ele é» (1 Jo 3, 2). Eis o homem! Eis a sua plena e inefável dignidade! O homem é chamado a ser partícipe da vida de Deus; a conhecer, iluminado pela fé, e a amar o seu Criador e Pai, primeiro mediante todas as Suas criaturas aqui sobre a terra, e depois na visão beatífica da Sua divindade nos séculos.

Eis o homem! No itinerário do Congresso Eucarístico este homem revela-se a cada passo.

O homem na comunidade da família e da nação!

O homem, partícipe da vida de Deus!

 


Saudação no final da Santa Missa

Caros Irmãos e Irmãs

Ao concluir esta Eucaristia, quero exprimir a minha gratidão a Deus por me ter permitido visitar a Igreja e a Diocese de Kalisz.

Dou graças à Providência também por eu ter podido orar juntamente convosco no Santuário de São José. Ele é conhecido em toda a Polónia e visitado por multidões de peregrinos. Possui também outro significado particular ligado aos últimos cinquenta anos da nossa história. Este Santuário era e é muitas vezes visitado por sacerdotes ex-prisioneiros do campo de concentração de Dachau. O número deles diminui ano após ano. Quero saudar, de modo especial, aqueles que ainda estão vivos, tal como eu fazia no passado quando era Arcebispo de Cracóvia.

Saúdo sobretudo D. Adam Kozłowiecki, D. Kazimierz Majdański e D. Ignacy Jeż — os últimos Bispos vivos ex-prisioneiros de Dachau. Desejo agradecer-lhes aquela iniciativa, surgida durante a segunda guerra mundial, nos dias terríveis da prisão, quando a dignidade humana era vilipendiada e desprezada, quando a nossa sociedade se tornava escrava dos soldados de Hitler. Em meu nome e de todos os presentes, desejo agradecer aos sacerdotes ex-prisioneiros de Dachau, que vieram aqui, terem estabelecido contacto com o Santuário de São José em Kalisz e terem confiado os seus sofrimentos, o seu sacrifício e o seu destino de prisioneiros de Dachau Àquele que é o Guardião da Igreja de Deus. Estamos-lhes gratos também porque, depois de terem sido libertados do campo de Dachau, continuam a dar graças com perseverança, vindo cada ano em peregrinação ao Santuário de São José em Kalisz, para orar pelos seus perseguidores, sem esquecer os seus irmãos que não sobreviveram à experiência do campo de concentração nem puderam ver a pátria libertada.

O meu pensamento e o meu coração abraçam todos os irmãos e irmãs, aos quais coube a mesma sorte nos campos de extermínio espalhados pela Polónia inteira e fora dos seus confins. São lugares de suplício terrível, onde morreram milhões de seres humanos. Entre eles havia muitíssimos judeus, que sofreram o horror do extermínio. «O passado dos homens não desaparece completamente. Assim, a história judaico-polaca (...) está sempre realmente presente na vida tanto dos judeus como dos polacos (...) o povo que viveu connosco durante muitas gerações, permaneceu connosco depois desta terrível morte de milhões dos seus filhos e filhas» (Varsóvia, 9/6/1991). Deste passado comum falam também os cemitérios hebraicos, tão numerosos na terra polaca. Um deles encontra-se também aqui em Kalisz. São lugares sagrados de profundo significado espiritual, diria escatológico e histórico. Possam estes lugares unir os polacos e os judeus, porque «juntos esperamos o dia do Juízo e da Ressurreição» (Ciclo de Jasna Góra, 26/9/1990).

Meus caros, agradeçamos a São José ter escolhido Kalisz como lugar da sua especial presença. A diocese de Kalisz é afortunada por ter um padroeiro tão poderoso. São José obtenha que a vossa diocese e a Igreja inteira na Polónia estejam sempre prontas a servir de modo fiel a vontade salvífica de Deus e que, graças ao seu exemplo e à sua intercessão, saibam caminhar fielmente nos caminhos da santidade e da justiça. Desejo recordar a oração a São José, composta pelo Papa Leão XIII — Oratio ad Sanctum Josephum — «Afasta de nós, amadíssimo Pai, todo o erro e toda a corrupção (...) dá-nos a tua celeste ajuda na luta contra as potências da escuridão (...) e, assim como certa vez salvaste o Menino Jesus do perigo que ameaçava a Sua vida, defende agora a Igreja de Deus das insídias dos seus inimigos e de toda a adversidade». Recitamos com frequência esta oração. Hoje, muitos peregrinos vieram até São José. Já citei os Movimentos dos defensores da vida e os Institutos para a Família.

Confio à protecção de São José toda a nossa nação, e de modo particular as nossas famílias, os jovens, as crianças, os doentes e os que sofrem. São José, com a sua intercessão, obtenha de Jesus Salvador as graças necessárias para a Polónia.

A todos vós digo: Deus vos recompense pela participação nesta Eucaristia. Agora, ao conceder a minha Bênção, recomendo a vossa cidade e a vossa Igreja à protecção de Deus.

 



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