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CARTA DO PAPA JOÃO PAULO II
A SUA BEATITUDE O PATRIARCA
HEMAIAGH PEDRO XVII GHEDIGHIAN,
PATRIARCA DE CILÍCIA DOS ARMÉNIOS

 

Ao meu Venerável Irmão
Sua Beatitude
Hemaiagh Pedro XVII Ghedighian
Patriarca de Cilicia dos Arménios

No termo do seu 75° ano quis, Venerável Irmão, dar-me a saber que estava pronto a fazer o que pede o Concilio Vaticano II, apresentando à Santa Sé a sua demissão do cargo pastoral de Patriarca de Cilicia dos Arménios; reconheceu com efeito, como prudente e benéfica, a decisão do mencionado Concílio de instituir um limite de idade para os pastores que estão ainda em actividade, segundo o que estabeleceram o Decreto Christus Dominus e o Motu proprio Ecclesiae Sanctae.

Quanto a mim, que não constituo senão um só com os meus Irmãos no Episcopado e com todo o povo de Deus, não posso senão apreciar a tão grande magnanimidade, que o leva a não considerar senão o bem espiritual da Igreja católica Arménia e a pedir-me com insistência que anua ao desejo de me apresentar a sua demissão.

Neste dia que vem a ser o 11° aniversário da sua ordenação episcopal, acedo àquilo que quis. Assim poderá Vossa Beatitude, uma vez que já não terá as pesadas obrigações inerentes ao cargo de Patriarca, pensar em paz na sua alma e cumprir sempre a vontade de Deus no serviço dos irmãos.

Homem de Deus, preparando-se para o céu por meio da oração e do sacrifício, continuará ainda o seu trabalho pastoral na Igreja em marcha, cantando ao mesmo tempo com o salmista: "O meu coração está firme, ... vou cantar e entoar salmos" (Sl 56, 8).

Da mesma maneira que tive ocasião outra vez de festejar o seu jubileu sacerdotal, desejo agora, Venerável Irmão, assegurá-lo da minha alegria e do meu grande reconhecimento por todos os dons de que Deus o encheu e por todo o bem que fez, por seu lado, aos Irmãos no episcopado, ao clero e a todos os fiéis desse Patriarcado.

Estou informado da sua actividade pastoral tão útil, a que assegurou a continuação com felicidade, decidindo trabalhar ainda no futuro na vinha do Senhor, para o bem de todos os que quiserem deixar-se instruir pelo Espírito Santo e pela acção pastoral do Venerável Irmão.

Tenho gosto, neste dia, de recordar publicamente o seu grande conhecimento das coisas da religião e da cura das almas, o zelo e grande disponibilidade para transportar a pesada carga que levou, assim como as altas virtudes que sempre lhe marcaram a existência. Apraz-me igualmente tornar conhecida a fecundidade do seu apostolado e o seu zelo para defender a fé e os costumes, o sentimento paternal e a atenção que a todos dedicou, tudo qualidades que o conformaram com Cristo, o divino Mestre e o Bom Pastor.

Invoco portanto sobre si, Venerável Irmão, a abundância dos dons celestiais e dos favores divinos com as consolações do Espírito Santo e a protecção da Virgem Maria, a Imaculada, Rainha dos Arménios e Mãe da Igreja.

Ao mesmo tempo, pedindo ao Deus das misericórdias que encha Vossa Beatitude de todos os bens, que faça brilhar sobre si a luz da Sua face e que lhe ouça a oração, concedo-lhe de toda a alma, Venerável Irmão, a minha Bênção Apostólica.

Dado no Vaticano, a 30 de Maio de 1982, no IV ano do meu Pontificado.

 

JOÃO PAULO PP. II

 

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