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VIAGEM APOSTÓLICA DO SANTO PADRE À ÁFRICA
(2-12 DE MAIO DE 1980)

DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II
 
POR OCASIÃO DA ENTREGA DO PRÉMIO «JOÃO XXIII»
A SEIS CATEQUISTAS AFRICANOS

Sexta-feira, 2 de Maio de 1980

 

Paz a todos vós aqui presentes!
Paz à África e ao mundo!
Caros amigos

Aceito com muito prazer e aprovo a proposta da Fundação "Prémio internacional para a paz João XXIII" de honrar com este prémio os seus catequistas aqui presentes.

Este prémio anda ligado à figura de João XXIII. Na sua Encíclica Pacem in terris expôs ele num amplo quadro os princípios sobre que deve basear-se uma ordem de relações pacíficas: "Fundada na verdade, constituída segundo a justiça, vivificada e integrada pela caridade e realizada na liberdade" (Pacem in terris, V). Com o exemplo da sua vida mostrou ele que a paz deve constituir sempre o primeiro cuidado de todo o ser humano, qualquer que seja a sua função ou condição social. Estabelecendo um prémio para a paz, quis ele animar todas as iniciativas que tenham como finalidade incrementar as relações fraternais entre pessoas e povos.

O objectivo da entrega deste prémio, segundo a intenção do Fundador, é oferecer solene reconhecimento aos méritos de pessoas ou instituições que deram contributo preeminente à paz na terra. Depois da Madre Teresa de Calcutá, e da Organização Educativa, Científica e Cultural das Nações Unidas (UNESCO), a Fundação propõe agora para o prémio seis pessoas que representam um grupo de milhares e milhares de servos fiéis que mantêm de maneira concreta o ideal da paz. Estes são os catequistas da África.

Escolhidos entre o seu povo, os catequistas da África têm incessantemente trabalhado em favor dela. Aceitando privações e sacrifícios pessoais, deram sem reserva aos seus irmãos e irmãs o melhor de si mesmos. Fiéis crentes nas lições de Cristo, foram instrumento eficaz em ajudar os seus irmãos africanos a reconhecer a Deus, Pai de todos, a respeitar a dignidade de cada pessoa, a amar os seus semelhantes e a promover reconciliação e perdão. Muitas vezes incansáveis viajantes e sempre servos fiéis da comunidade local, contribuíram para destruir barreiras divisórias e ajudar os seus irmãos e irmãs na necessidade.

Alguns catequistas, em circunstâncias especialmente difíceis, suportaram incómodos físicos ou morais e sofreram para testemunhar ou defender a liberdade religiosa. Demonstraram deste modo, com a sua vida, que as relações do homem com Deus e a liberdade de professá-las publicamente são base autêntica de paz. Sim, os catequistas da África foram verdadeiramente e são arautos de paz.

Esperançado em que esta motivação seja apreciada por todos os homens e todas as mulheres de boa vontade, na África e em todo o mundo, hoje 9 de Maio de 1980, na cidade de Kumasi, na nação do Gana, eu, João Paulo II, confiro aos catequistas aqui presentes a honra do "Prémio Internacional para a paz João XXIII", para glória do Pai do Céu de quem desce todo o bem (cfr. Tg 1, 17), em memória do meu predecessor João XXIII e como incentivo a todos — especialmente à juventude africana — para que perseverem nos caminhos da paz.

A paz do Senhor esteja sempre convosco!

 



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