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VISITA PASTORAL À REGIÃO DA LOMBARDIA
 20-22 DE MAIO DE 1983

SAUDAÇÃO DO PAPA JOÃO PAULO II
 À POPULAÇÃO DE MONZA

Praça  da Catedral de Monza
Sábado, 21 de Maio de 1983

 

Caríssimos Irmãos e Irmãs

Saúdo com viva cordialidade todos vós aqui reunidos diante desta Catedral, insigne monumento da tradição-religiosa Lombarda e Itálica.

Este edifício sagrado está no centro de uma cidade que, depois dos alvores celto-romanos, viu o esplendor da civilização Longobarda, e sucessivamente os reflexos de todas as grandes cultoras da Europa central, assimilando de cada uma delas aquela linfa que havia de fazer dela um dos símbolos da nascente nação Italiana.

Dentro destas paredes estão conservados alguns sinais mais prestigiosos de uma história secular, ao mesmo tempo civil e cristã. A história da cultura italiana, que permaneceria incompreensível se não fosse lida à luz do Cristianismo, que permeou todo o viver civil.

A "coroa de ferro", dom de Teodolinda, e o "tesouro", que juntamente com a luz de Berengário, conserva as ampolas com os óleos provenientes dos antigos santuários dos mártires Romanos e da Palestina, são um convite permanente a conservar e revitalizar o "tesouro" ainda mais lindo da vossa tradição secular, ao mesmo tempo religiosa e civil. E esta, é-me grato dizê-lo, está ainda viva e operante, porque é fomentada por grandes personalidades, como São Carlos Borromeu, que também aqui teve um dos seus campos pastorais privilegiados.

Não posso esquecer, porém, que a vossa cidade, situada a poucos passos de Milão, se encontra no centro de uma região — como disse o meu venerável predecessor Paulo VI — "onde os fenómenos transformadores da sociedade moderna exercem o seu poder, a sua grandeza, a força renovadora, mais do que noutras regiões, e se revelam como irresistíveis, a ponto de constituir... uma pressão pelo menos sobre a concepção cristã; habitual outrora, da vida" (cf. Insegnamenti di Paolo VI, vol. VI, 1968, pág. 67).

A vós compete, pois, o empenhativo dever de encontrar respostas de fé aos problemas de uma civilização projectada para o futuro, sabendo obtê-las deste esplêndido património religioso e moral e ao mesmo tempo civil e cultural, do qual é testemunha a vossa Cidade. A vós compete o corajoso empenho de contribuir para dar nova linfa à cultura Lombarda, tão significativa para a Itália do futuro, de modo que o seu construir-se e configurar-se se realize, como no passado, sobre as sólidas bases de uma visão cristã da vida, a ponto de a tornar capaz de continuar a desafiar os séculos.

Na fidelidade à vossa antiga e sempre viva tradição, podeis tornar-vos, caríssimos cidadãos de Monza, um símbolo da possibilidade concreta de fazer síntese, mediante uma fé viva, entre os tesouros do passado, os problemas do presente e as expectativas do futuro; de fazer entrar em simbiose entre si as riquezas civis e cristãs dos povos e de épocas históricas diversas.

Convido-vos portanto, caríssimos, a procurar respostas de fé para os problemas do presente, à luz da experiência histórica do passado, em vista da construção daquela sociedade do terceiro milénio, que não poderá nunca encontrar espaços adequados para uma vida autenticamente humana, se não se deixa transformar pelos fermentos que provêm da fé cristã.

Como penhor para aquela tarefa, difícil mas também entusiasmante, concedo-vos de coração a propiciadora Bênção Apostólica.

 



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