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PAPA BENTO XVI

ANGELUS

Solenidade da Epifania
Sábado, 6 de Janeiro de 2006

 

Queridos irmãos e irmãs!

A hodierna solenidade da Epifania celebra a manifestação de Cristo aos Magos, acontecimento a que Mateus dá grande relevo (cf. Mt 2, 1-12). Narra no seu Evangelho que alguns "Magos"provavelmente chefes religiosos persas chegaram a Jerusalém guiados por uma "estrela", um fenómeno luminoso celeste por eles interpretado como sinal do nascimento de um novo rei dos Judeus. Na cidade ninguém estava ao corrente, aliás, o rei reinante, Herodes, permaneceu muito perturbado com a notícia e concebeu o trágico desígnio do "massacre dos inocentes", para eliminar o rival acabado de nascer. Os Magos, ao contrário, confiaram nas Sagradas Escrituras, sobretudo na Profecia de Miqueias segundo a qual o Messias teria nascido em Belém, a cidade de David, situada a cerca de dez quilómetros a sul de Jerusalém (cf. Mq 5, 1). Tendo partido naquela direcção, viram de novo a estrela e, cheios de alegria, seguiram-na até quando ela parou sobre uma cabana. Entraram e encontraram o Menino com Maria; prostaram-se diante d'Ele e, como homenagem à sua dignidade real, ofereceram-lhe ouro, incenso e mirra.

Por que é tão importante este acontecimento? Porque nele se começou a realizar a adesão dos povos pagãos à fé em Cristo, segundo a promessa feita por Deus a Abraão, sobre a qual refere o Livro do Génesis: "Todas as famílias da Terra serão em ti abençoadas" (Gn 12, 3). Portanto, se Maria, José e os pastores de Belém representam o povo de Israel que acolheu o Senhor, os Magos são ao contrário as primícias das Nações, chamadas também elas a fazer parte da Igreja, novo povo de Deus, baseado não já na homogeneidade étnica, linguística ou cultural, mas unicamente na fé comum em Jesus, Filho de Deus. Portanto, a Epifania de Cristo é ao mesmo tempo epifania da Igreja, isto é, manifestação da sua vocação e missão universal. Neste contexto sinto-me feliz por dirigir a minha saudação cordial aos queridos irmãos e irmãs das Igrejas Orientais que, seguindo o Calendário Juliano, celebrarão amanhã o Santo Natal: desejo-lhes com afecto a abundância de paz e de prosperidade cristã.

Depois, apraz-me recordar que, por ocasião da Epifania, se celebra o Dia Mundial da Infância Missionária. É a festa das crianças cristãs que vivem com alegria o dom da fé e rezam para que a luz de Jesus chegue a todas as crianças do mundo. Agradeço às crianças da "Santa Infância", presentes em 110 Países, porque são preciosos colaboradores do Evangelho e apóstolos da solidariedade cristã para com os mais necessitados. Encorajo os educadores a cultivar nos pequeninos o espírito missionário, para que nasçam entre eles missionários apaixonados, testemunhas da ternura de Deus e anunciadores do seu amor. Dirijamo-nos agora à Virgem Maria, Estrela da evangelização: por sua intercessão, possam os cristãos de todas as partes da terra viver como filhos da luz e conduzir os homens a Cristo, verdadeira luz do mundo.

 

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