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DISCURSO DO PAPA BENTO XVI
DURANTE A VISITA AO REFEITÓRIO
DA CÁRITAS DIOCESANA DE ROMA

Quinta-feira, 14 de Janeiro de 2007

Queridos amigos!

Vim de muito bom grado visitar-vos no clima das festividades do Natal e no início de um novo ano, que desejo que transcorrais todos serenamente. O contexto de Natal torna ainda mais familiar este nosso encontro, que se realiza num lugar significativo da cidade de Roma: um lugar rico de humanidade. Saúdo-vos a todos com afecto, começando pelo Cardeal Camillo Ruini e pelo Bispo Auxiliar do Sector Centro, D. Ernesto Mandara; saúdo o Director da Cáritas romana, Mons. Guerino Di Tora, ao qual agradeço as cordiais palavras que me dirigiu, e o Vice-Director, Mons. Angelo Bergamaschi, assim como os operadores e os voluntários. Saúdo o responsável, os educadores e os jovens do Centro Juvenil "II Centro", aos quais estou grato pelos bonitos cânticos com que nos alegraram. Cantastes também o "Te Deum" em alemão. Obrigado por este gesto especial. Saúdo o pároco dos Santos Silvestre e Martinho nos Montes, os sacerdotes e as pessoas consagradas presentes. Dirijo um agradecimento especial à Senhora Responsável pelo Serviço do Refeitório, ao voluntário e ao hóspede que se fizeram porta-vozes e intérpretes dos sentimentos de todos. A saudação mais afectuosa dirige-se a vós, que usufruís quotidianamente do serviço deste Refeitório Cáritas, e com o pensamento gostaria de alcançar todos os vossos amigos que, provindos de quase todos os Países do mundo, estão presentes nesta Cidade.

Neste Refeitório, que de certa forma poderia ser considerado o símbolo da Cáritas de Roma, nesta hospedaria, como disse o vosso representante, é possível fazer a experiência da presença de Cristo no irmão que tem fome e naquele que lhe oferece de comer. Aqui pode-se experimentar que, quando amamos o próximo, conhecemos melhor Deus: de facto, na gruta de Belém Ele manifestou-se a nós na pobreza de um recém-nascido necessitado de tudo. A mensagem do Natal é simples: Deus veio entre nós porque nos ama e espera o nosso amor. Deus é amor: não um amor sentimental, mas um amor que se fez dom total até ao sacrifício da Cruz, começando com o nascimento na gruta de Belém.

O bonito presépio que preparastes no vosso Refeitório, e que há pouco pude admirar, fala-nos deste amor, realista e divino. Na sua simplicidade, o presépio diz-nos que amor e pobreza caminham juntos, como ensina também um grande apaixonado de Cristo, São Francisco de Assis.

No Natal Deus fez-se homem, porque se interessa pelo homem. E São Gregório Nazianzeno disse que se fez homem porque queria experimentar pessoalmente como é ser homem, como é realmente viver a pobreza. O grande Deus queria fazer a experiência pessoal da vida humana, de todos os sofrimentos e de todas as necessidades humanas. Acabado de nascer, Jesus foi colocado na manjedoura de Belém, palavra que, como sabeis, significa a Casa do pão.

Na realidade, "o pão que desceu do céu", "o pão da vida" (cf. Jo 6, 32-51), torna-se de certa forma visível todos os dias neste Refeitório, onde não se pretende dar só de comer certamente comer é importante mas se deseja servir a pessoa, sem distinção de raça, religião e cultura. "O homem que sofre pertence-nos", dizia o meu inesquecível Predecessor, João Paulo II, ao qual precisamente hoje intitulamos o Refeitório. Da gruta de Belém, de cada presépio difunde-se um anúncio que é válido para todos: Jesus ama-nos e ensina-nos a amar, estimula-nos a amar. Que os responsáveis, os voluntários e todos os que frequentam o Refeitório conheçam a beleza deste amor; possam sentir a profundidade da alegria que dele provém, uma alegria certamente diversa da ilusória difundida pela publicidade.

Concluiremos daqui a pouco este nosso encontro elevando ao Senhor a nossa oração. Ele conhece bem as necessidades materiais e espirituais de todos os presentes. Em particular, desejo pedir-lhe que continue a proteger quantos na Cáritas romana desempenham uma preciosa obra de solidariedade aqui e noutras partes da cidade. O Espírito Santo anime os corações dos responsáveis e de todos os trabalhadores e voluntários, para que cumpram o seu serviço com dedicação cada vez mais consciente, inspirando-se no estilo autêntico do amor cristão, que os Santos da caridade resumiram no mote: o bem deve ser bem feito. Vele sobre todos com amor solícito a Virgem Maria, Mãe da Igreja, Mãe de cada um de nós.

Abençoo-vos a todos de coração.

 

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