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PAPA FRANCISCO

MEDITAÇÕES MATUTINAS NA SANTA MISSA CELEBRADA
NA CAPELA DA CASA SANTA MARTA

O dia da raiz

Quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

 

Publicado no L'Osservatore Romano, ed. em português, n. 03 de 15 de janeiro de 2019

A irrupção surpreendente, decisiva e revolucionária de Deus na história «inverte» tudo, a ponto que «é difícil» encontrar as palavras certas para uma pregação. E assim o Papa sugeriu que se releia «palavra por palavra» o trecho evangélico de Lucas que narra a Anunciação. Uma proposta espiritual forte e concreta para viver seriamente o Natal.

«O trecho do Evangelho de Lucas que ouvimos — observou imediatamente Francisco na homilia, referindo-se ao excerto proposto pela liturgia (1, 26-38) — narra-nos o momento decisivo da história, aquele por assim dizer mais revolucionário». Com efeito, «é uma situação conturbada, tudo muda, a história inverte-se».

Por esta razão, confidenciou o Papa, «é difícil pregar com base neste trecho e quando, no Natal ou no dia da Anunciação, professamos a fé para dizer este mistério ajoelhamo-nos». Este, insistiu o Pontífice, «é o momento que muda tudo, tudo, a partir da raiz: liturgicamente, hoje é o dia da raiz». A ponto que, explicou Francisco, «a antífona que hoje marca o sentido é a raiz de Jessé, da qual brotará “um rebento”». É Deus que «se abaixa, Deus entra na história e fá-lo com o seu estilo original: uma surpresa». E deste modo «o Deus das surpresas surpreende-nos mais uma vez».

«Penso que nos fará bem a todos, pensando neste momento, ouvir outra vez este trecho», sugeriu o Papa, acrescentando: «Pensemos, palavra por palavra, no que aconteceu naquele dia a uma jovem de dezasseis anos, talvez, numa aldeia longínqua, que ninguém conhecia».

Era o «sexto mês de gravidez de Isabel» recordou o Pontífice, o qual em seguida releu integralmente o trecho do Evangelho de Lucas: «O anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem, esposa prometida de um homem da casa de David, de nome José. A virgem chamava-se Maria. Entrando, disse: «Ave, ó cheia de graça, o Senhor está convosco”. Ela ficou perturbada com estas palavras e pôs-se a pensar no que significaria semelhante saudação. O anjo respondeu-lhe: “Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai David; e reinará eternamente na casa de Jacob, e o seu reino não terá fim”. Maria perguntou ao anjo: “Como será isto, se eu não conheço homem?”. O anjo respondeu-lhe: “O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso, o santo que vai nascer há-de chamar-se Filho de Deus. Também Isabel, tua parente, até ela concebeu um filho na sua velhice; e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril, porque nada é impossível a Deus”. Então Maria disse: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra”. E o anjo afastou-se dela».

 



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