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CELEBRAÇÃO MATUTINA TRANSMITIDA AO VIVO
DA CAPELA DA CASA SANTA MARTA

HOMILIA DO PAPA FRANCISCO

"Devemos orar com fé, perseverança e coragem"

Segunda-feira, 23 de março de 2020

[Multimídia]


 

Introdução à Santa Missa

Rezemos hoje pelas pessoas que, por causa da pandemia, começam a ter problemas económicos, porque não podem trabalhar e tudo isto recai sobre a família. Oremos pelas pessoas que enfrentam este problema.

Homilia

Este pai pede a saúde para o filho. O Senhor repreende todos um pouco, também ele: “Se não virdes milagres e prodígios, não acreditais”. Mas em vez de se calar e ficar quieto, o funcionário insiste dizendo-lhe: “Senhor, desce, antes que o meu filho morra!”. E Jesus responde-lhe: “Vai, o teu filho está vivo”.

São necessárias três condições para uma verdadeira oração. A primeira é a fé: se não tiverdes fé... E muitas vezes, a oração é somente oral, com os lábios... mas não vem da fé do coração, ou uma fé fraca... Pensemos noutro pai, o do filho endemoninhado, quando Jesus respondeu: “Tudo é possível àquele que crê”, o pai diz claramente: “Creio, mas aumenta a minha fé”. A fé na oração. Rezar com fé, quer quando rezamos fora [de um lugar de culto], quer quando vimos aqui e o Senhor está ali: tenho fé ou é um hábito? Estejamos atentos na oração: não podemos cair no hábito, sem a consciência de que o Senhor está presente, que falo com o Senhor e que Ele é capaz de resolver o problema. A primeira condição para uma verdadeira oração é a fé.

A segunda condição, que o próprio Jesus nos ensina, é a perseverança. Alguns pedem, mas a graça não vem: não têm a perseverança, porque no fundo não precisam dela, ou não têm fé. É o próprio Jesus que nos narra a parábola daquele senhor que à meia-noite vai ter com o vizinho para lhe pedir pão: a perseverança de bater à porta. Ou a viúva, com o juiz injusto: insiste, insiste, insiste: trata-se da perseverança. Fé e perseverança caminham juntas, porque se tens fé tens a certeza de que o Senhor te dará o que pedes. E se o Senhor te fizer esperar, bate à porta, bate, bate e no final Ele conceder-te-á a graça. Mas o Senhor não age assim para se fazer desejar, nem para que digas “é melhor que espere”: não. Fá-lo para o nosso bem, para que levemos isto a sério. Levar a oração a sério, não como os papagaios: blá blá blá e nada mais... É o próprio Jesus que nos repreende: “Não sejais como os pagãos, que acreditam na eficácia da oração à força da multiplicação das palavras”. Não. A perseverança. A fé.

E a terceira condição de Deus para a oração é a coragem. Alguém pode pensar: é preciso ter coragem para rezar e para se colocar diante do Senhor? Sim. A coragem de ficar ali a pedir e insistir, aliás, quase – quase, não quero dizer uma heresia – como que a ameaçar o Senhor. A coragem de Moisés diante de Deus, quando Deus queria destruir o povo e torná-lo chefe de outro povo, diz: “Não. Eu com o povo”. Coragem. A coragem de Abraão, quando negocia a salvação de Sodoma: “Talvez haja 30, talvez haja 25, talvez haja 20...”: eis a coragem. A virtude da coragem é realmente necessária. Não somente para as obras apostólicas, mas também para a oração.

Fé, perseverança e coragem. Nestes dias em que é preciso rezar, rezar mais, pensemos se nós rezamos assim: com fé que o Senhor pode intervir, com perseverança e com coragem. O Senhor não desilude: não desilude. Faz-nos esperar, leva tempo, mas não desilude. Fé, perseverança e coragem!

Oração para fazer a Comunhão espiritual

As pessoas que não podem receber a Eucaristia, agora fazem a Comunhão espiritual

Ó meu Jesus, prostro-me aos vossos pés e ofereço-vos o arrependimento do meu coração contrito que mergulha no vosso coração e na vossa santa presença. Adoro-vos no Sacramento do vosso amor, desejo receber-vos na pobre morada que o meu coração vos oferece. À espera da felicidade da Comunhão sacramental, quero possuir-vos em espírito. Vinde a mim, ó meu Jesus, e que eu venha a Vós. Que o vosso amor possa inflamar todo o meu ser, na vida e na morte. Creio em Vós, espero em Vós, amo-vos. Assim seja!

 



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