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PAPA JOÃO PAULO II

ANGELUS

Domingo, 25 de Janeiro de 1980

 

1. "O Anjo do Senhor anunciou a Maria, e Ela concebeu do Espírito Santo".

Quando hoje, ao término do oitavário de orações pela unidade dos cristãos, recordamos está mistério, os nossos pensamentos e os nossos corações dirigem-se, por meio de Maria, ao Espírito Santo, por cuja obra o Filho de Deus se fez homem.

Por obra do Espírito Santo foi concebida a Igreja no cenáculo no dia do Pentecostes, a Igreja que o Apóstolo Paulo chama Corpo de Cristo. "O Espírito habita na Igreja... Ele guia a Igreja para a verdade total (cf. Jo 16, 13), unifica-a na comunhão e no ministério...", como lemos na Constituição dogmática Lumen Gentium (n. 4).

É por isto que nós nos dirigimos e continuaremos a dirigir-nos ao Espírito Santo nas nossas orações e nos nossos esforços, que têm como objectivo a unidade dos cristãos. "Um único Espírito, diversos dons, um só corpo" (cf. 1 Cor 12, 3b-13). Assim ressoa o tema do oitavário de orações deste ano, que terminam hoje, 25 de Janeiro, no dia em que a Igreja comemora também a Conversão de São Paulo. São precisamente suas as palavras, que escolhemos como ideia orientadora do oitavário para tomarmos consciência, mais profundamente ainda, de que a unidade do Corpo de Cristo se realiza mediante o Espírito Santo e que todos os multíplices dons, existentes em. nós, devem estar ao serviço desta entidade.

Desejamos levar connosco esta ideia-guia por todo este presente ano, em que se completam 1.600 anos do I Concilio de Constantinopla. Todas as vezes que, segundo o ensinamento deste Concílio, confessarmos a crença "no Espírito que é Senhor e dá a vida... Com o Pai e o Filho é adorado e glorificado e falou por meio dos profetas..." ao mesmo tempo suplicar-Lhe-emos que Ele execute e leve a pleno termo a obra da unidade, que só por Ele pode ser realizada. Somente por Ele, por Seu intermédio, de facto, podem ser superados em nós e entre nós aqueles obstáculos que tornam difícil o caminho da união: somente por Ele, por Sua obra, podem ser coroados de sucesso todos os nossos esforços, que tem por objectivo a unidade da Igreja. Esta unidade não pode ser, em definitivo, senão um dom. Nós repetimos frequentemente: a comunhão do Espírito Santo...! E precisamente hoje, ao término do oitavário, desejo ainda uma vez dirigir a todos os que, no mundo inteiro, nele participam, as palavras: "a comunhão do Espírito Santo esteja com todos vós" (cf. 2 Cor 13, 13).

E estas palavras sejam deduzidas mais uma vez do mistério, que juntos viemos aqui meditar:

"O Anjo do Senhor anunciou a Maria, e Ela concebeu do Espírito Santo".

2. Desejaria, depois, convidar-vos a dirigirdes o pensamento e o olhar para a Birmânia, uma nação e uma Igreja que fazem parte da área geográfica asiática, à qual me leva a minha próxima viagem pastoral, embora não esteja prevista uma visita naquela nação.

Há pouco tempo, tive a alegria de receber quatro Bispos, vindos também em nome de todo o Episcopado daquele nobre País para realizarem a visita "ad limina".

Num ambiente prevalentemente budista, a fervorosa Comunidade católica da Birmânia tem 9 circunscrições eclesiásticas e mais ou menos 350.000 fiéis. Embora às vezes entre dificuldades, os motivos de esperança e de consolação prevalecem, e fazem bem em confiar no futuro: a prática religiosa é fervorosa, o laicado empenha-se com entusiasmo na obra de evangelização, estão em crescimento as vocações ao sacerdócio, as instituições da Igreja dão um eficiente contributo para a promoção humana e social do País.

Convido-vos agora a confiardes ã materna intercessão da Virgem Santa, Rainha das Missões, todas as intenções particularmente caras à Igreja e aos católicos da Birmânia.


Depois do Angelus

Como sabeis, celebra-se hoje o Dia Mundial dos Leprosos.

A Diocese de Roma, em preparação deste acontecimento, deu a conhecer o plano de trabalho que pretende realizar para ir ao encontro das necessidades morais e materiais de cerca de 10.000 leprosos, internados nos dispensários da Etiópia.

Sei que nos anos passados os romanos foram muito sensíveis e tiveram gestos humanitários louváveis; mas este ano, em que a atenção de todos é dirigida para os deficientes, há um motivo mais para exprimir com maior generosidade a solidariedade humana e cristã para com os nossos irmãos infelizes. A exemplo de Jesus, que não deixou nunca de mostrar a sua benevolência e o seu auxílio para com os leprosos que encontrava no seu ministério público, seja também a nossa caridade pródiga em contribuir, em qualquer modo, para aliviar dolorosas situações dos que estão atacados por esta doença.

Abençoo de coração todos aqueles que se empenharem nesta nobre causa.

 

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