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DISCURSO DO SANTO PADRE JOÃO PAULO II
AO NOVO EMBAIXADOR DA TAILÂNDIA
JUNTO À SANTA SÉ POR OCASIÃO
DA APRESENTAÇÃO DAS CARETAS CREDENCIAIS

17 de Maio de 2002

 
Senhor Embaixador

É com imenso prazer que aceito as Cartas Credenciais mediante as quais Vossa Excelência é nomeado Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário do Reino da Tailândia junto da Santa Sé. Estou particularmente grato ao Senhor Embaixador pelos bons votos que me transmitiu da parte de Sua Majestade o Rei Bhumibol Adulyadej, bem como da parte do governo e do povo do seu País.

É de bom grado que retribuo os votos recebidos e que lhe confirmo as minhas mais sinceras orações pelo bem-estar e a prosperidade da sua Nação. A sua presença aqui recorda a longa tradição de amizade, de boa vontade e de cooperação entre a Tailândia e a Santa Sé, que se tornaram possíveis mediante o espírito amigo da liberdade, típica do seu povo e dos seus governantes, desde que a presença cristã se estabeleceu ali, no decurso do século XVII. Senhor Embaixador, é com o reconhecimento desta grande tradição que hoje lhe dou as boas-vindas ao Vaticano.

A Tailândia e a Santa Sé compartilham muitos pontos de vista e têm numerosas finalidades em conjunto, no contexto internacional, entre as quais estão o amor pela paz, o desejo de trabalhar pela compreensão e a colaboração entre as nações do mundo inteiro, de tal maneira que todos os povos possam procurar com liberdade e segurança o seu completo desenvolvimento humano e espiritual. A diplomacia tem um papel fundamental a desempenhar na consecução destas finalidades. Ajudando a derrubar as barreiras da desconfiança e da suspeita, aumentando o conhecimento recíproco e promovendo o princípio do respeito pela dignidade de cada pessoa em particular, independentemente da sua origem étnica, social ou religiosa, a diplomacia serve a causa da fraternidade e da paz. Contudo, esta causa não é fácil de servir, dado que está sempre exposta ao perigo, como o têm testemunhado, até mesmo recentemente, as tensões e os conflitos em diversas partes do mundo. Jamais devemos renunciar aos esforços em ordem a lançar as sementes da justiça e da solidariedade, que constituem a base fundamental para os relacionamentos construtivos entre os países e nos confins de cada nação em particular.

Senhor Embaixador, como represetante diplomático do seu País junto da Santa Sé, o Senhor Embaixador está consciente de que a sua missão não é definida pelos interesses comerciais, militares ou políticos. Pelo contrário, a solicitude da Santa Sé está centrada sobre os valores que dão significado aos esforços que os povos levam a cabo em ordem a edificar um mundo em que o nosso destino humano e espiritual se possa realizar. No serviço a esta causa, cada povo e cada nação têm o dever e, ao mesmo tempo, a oportunidade de contribuir com o seu especial talento e a sua particular herança cultural. A Tailândia tem uma grande riqueza de tradições culturais e espirituais a oferecer.

A este propósito, a antiga tradição siamesa, feita de amor à liberdade religiosa, que insere o respeito pela dignidade da pessoa humana na sua dimensão mais sagrada, é um valor a ser estimado e defendido. Este respeito deve sobreviver e aumentar, a fim de que a Tailândia possa continuar a representar uma voz convincente, que se levanta em favor da harmonia e da paz no seio da comunidade internacional. Uma vez que a liberdade de consciência, de crença e de prática religiosas diz respeito à parte mais íntima da personalidade do ser humano, ela representa a pedra angular de todos os outros direitos e liberdades.

Vossa Excelência fez alusão à prolongada presença da comunidade católica na Tailândia, e observou as inúmeras contribuições oferecidas pelos seus membros nos vários campos do serviço ao povo em geral. Neste sentido, a Igreja é fiel à sua visão bíblica do homem, criado à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1, 28) e, por conseguinte, dotado de uma dignidade inalienável, cuja promoção deve ser o objectivo dos esforços realizados pela sociedade. A Igreja deseja trabalhar em conjunto com todas as pessoas de boa vontade, de maneira especial com as autoridades públicas, quando se trata de promover os valores que constituem e realçam esta dignidade particular.

Senhor Embaixador, desejo a Vossa Excelência toda a felicidade e bom êxito, no momento em que assume as responsabilidades como Representante do seu País junto da Santa Sé, e asseguro-lhe a cooperação dos diversos Departamentos da Cúria Romana. Depois, invoco cordialmente as abundantes Bênçãos divinas sobre Vossa Excelência e sobre todos os seus compatriotas.

 

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