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VIAGEM APOSTÓLICA DO SANTO PADRE A PARIS E LISIEUX
(30 DE MAIO - 2 DE JUNHO 1980)

DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II
 AOS REPRESENTANTES
DA COMUNIDADE HEBRAICA FRANCESA

31 de maio de 1980

 

É uma alegria para mim receber os representantes da numerosa e expressiva comunidade hebraica da França. Esta comunidade, de facto, tem uma história longa e gloriosa. Não é necessário recordar aqui os teólogos, os exegetas, os filósofos e os homens públicos que a distinguiram no passado e a distinguem sempre. É também verdade, e devo mencioná-lo, que a vossa comunidade sofreu muito durante os anos tenebrosos da ocupação e da guerra. Presto homenagem a estas vítimas cujo sacrifício sabemos não foi infrutífero.

Foi precisamente daqui que se iniciou, graças à coragem e à decisão de alguns precursores, entre os quais Jules Isaac, o movimento que nos levou até ao diálogo e à colaboração presente, inspirados e incitados pela declaração Nostra Aetate do Concílio Vaticano II.

Este diálogo e esta colaboração são muito expressivos e activos aqui na França. Congratulo-me com isso. Entre o Judaísmo e a Igreja existe um relacionamento; como disse noutra ocasião aos representantes hebreus, um relacionamento "a nível mesmo das suas respectivas identidades religiosas". (Alocução de 12 de Março de 1979). Este relacionamento deve ser ainda aprofundado, enriquecido com o estudo, o conhecimento recíproco, o ensino religioso de uma parte e da outra, e o esforço por superar as dificuldades ainda existentes. Isto permitir-nos-á trabalhar em conjunto por uma sociedade livre de descriminações e preconceitos, na qual possam reinar o amor e não o ódio, a paz e não a guerra, a justiça e não a opressão.

É para este ideal bíblico que devemos olhar sempre, visto que ele nos une tão profundamente. Aproveito esta feliz ocasião para o reafirmar mais uma vez diante de vós, e para vos exprimir a minha esperança de o prosseguirmos juntos.

 



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