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DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II
AOS JOVENS REUNIDOS NA SALA PAULO VI
ANTES DA AUDIÊNCIA GERAL

 Quarta-feira, 16 de Março de 2013

 

Caríssimos!

1. Com alegria e grande afecto saúdo-vos hoje, na Basílica Vaticana, nesta audiência reservada a vós, jovens e meninos, juntamente com os vossos Superiores, Professores e Pais. Agradeço-vos de coração a vossa presença, que é sinal de viva fé. É sempre uma grande festa o encontro com a juventude e para mim é um particular conforto ver a vossa vivacidade e a vossa boa vontade: mantende sempre assim puros os vossos olhos e generosos os vossos ânimos! O Papa deseja e augura-vos isto!

De modo especial, desejo saudar os Professores e os alunos das duas Escolas da XXX Circunscrição de Roma: a Elementar "XXI de Abril", por mim visitada durante o encontro pastoral com a Paróquia de São José no Forte Boccea, e a Elementar de Via Soriso, que quis intitular-se com o meu nome. Obrigado por esta gentil iniciativa, que demonstra a vossa sensibilidade para com a Igreja e o seu Chefe visível.

2. A maior parte de vós veio a Roma, para visitar a "Cidade Eterna"; viestes em peregrinação à Basílica Vaticana, ao túmulo de são Pedro, no período quaresmal, que nos prepara para a solenidade da Páscoa. Tenho de vos deixar um breve pensamento tomado da parábola do Filho pródigo, meditada na Liturgia do passado quarto domingo da Quaresma. Nela, Jesus põe em evidência três tipos de experiências, que sempre são actuais:

— a primeira experiência descrita, por Jesus é a da"autonomia'', isto é, aquela vontade de pensar e de agir como parece e agrada, sem obedecer a nenhuma autoridade, nem mesmo àquela da própria consciência esclarecida e formada. É isto que o Filho pródigo quer fazer: deseja os bens que lhe competem, quer sair de casa, para seguir as suas paixões. Mas aonde o leva está atitude? À solidão e à amargura! Eis, caros jovens, a primeira exortação que, em nome de Jesus, desejo fazer-vos: não vos deixeis seduzir nem ser arrastados pela tentação da autonomia intelectual e moral! O Senhor deu ao homem a inteligência para que O conhecesse, O amasse e O servisse e a vontade para colocar em prática a lei moral: nisto está a verdadeira felicidade! Estudai a fundo a Doutrina cristã para chegardes a firmes e estáveis convicções; revigorai a vossa vontade com os meios da "graça", isto é, a oração e os Sacramentos, e da ascética, para moldar o carácter e para vos preparardes para a luta contra o mal! A experiência do Filho pródigo, narrada por Jesus, vos sirva sempre de advertência e de ensinamento!

— A segunda experiência descrita por Jesus é a das "saudades" é do "arrependimento". O Filho pródigo a um certo momento entra em" si mesmo, compreende ter errado: abandonou a casa, o pai, a alegria dos verdadeiros afectos e da sincera amizade, a paz da consciência pura e inocente; sente saudades disto e arrepende-se; tem a coragem de reconhecer o erro; sabe que deve converter-se e descobre de novo a confiança no seu Pai, ainda que não mereça mais ser chamado filho:"Levantar-me-ei e irei ter com o meu pai e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra O Céu e contra ti". Com esta cena, Jesus quer ensinar-nos que, se alguém por infelicidade, vier até mesmo a trair a verdade e a inocência, fugindo da casa do Pai, não deve nunca dispensar o amor de Deus, deve arrepender-se imediatamente e converter-se. Deus quer a salvação e a felicidade de todos os homens! Isto deve dar-nos grande segurança é confiança, sempre!

— Por fim, a terceira experiência é a da"misericórdia" é do "perdão". Ainda estava longe — diz a parábola — quando o pai o viu e enchendo-se de compaixão, correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos... E disse aos seus servos: Trazei depressa a mais bela túnica e vesti-lha; ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o; comamos e alegremo-nos, porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e encontrou-se" (cf. Lc. 15, 20.22 ss.). Com estas expressões, Jesus indica o imenso amor de Deus "rico em misericórdia", para com as suas criaturas; e estimula-nos à intimidade, à confiança, ao abandono, ao amor misericordioso do Pai, que quer a resposta do nosso amor, expresso também com o arrependimento e a conversão. Não o esqueçais, nunca e ao aproximar-se a Páscoa, neste Ano Santo, que em breve terá inicio, sede também vós as testemunhas e os apóstolos da misericórdia de Deus nos vossos ambientes, nas vossas famílias e paróquias.

A Virgem Santíssima vos proteja e a e a minha Bênção vos acompanhe.

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