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PAPA FRANCISCO

MEDITAÇÕES MATUTINAS NA SANTA MISSA CELEBRADA
 NA CAPELA DA DOMUS SANCTAE MARTHAE

 

Cristo é a porta do Reino

 

Publicado no L'Osservatore Romano, ed. em português, n. 17 de 28 de Abril de 2013

Há uma só porta para entrar no Reino de Deus. E esta porta é Jesus. Quem tentar entrar por outro caminho é «um ladrão» ou «um salteador»; ou ainda é «um arrivista que pensa só na sua vantagem», na sua glória, e rouba a glória de Deus. O Papa Francisco, durante a missa celebrada na segunda-feira 22 de Abril, na capela da Domus Sanctae Marthae, voltou a propor Jesus como centro das vicissitudes humanas e a recordar que a nossa não é uma religião «que negocia». Estavam presentes um grupo de técnicos da Rádio Vaticano e os funcionários da Sala de Imprensa da Santa Sé acompanhados pelos sacerdotes Federico Lombardi e Ciro Benedettini, respectivamente director e vice-director, que concelebraram, e por Angelo Scelzo, vice-director para os credenciamentos dos jornalistas.

Comentando as leituras da liturgia do dia, tiradas dos Actos dos Apóstolos (11, 1-18) e do Evangelho de João (10, 1-10), o Pontífice recordou que nelas «é repetido o verbo “entrar”. Antes, quando Pedro vai a Jerusalém é repreendido: “Entraste em casa dos pagãos”. Depois, Pedro narra o modo como entrou. E Jesus é muito explícito, nisto: “quem não entra no redil das ovelhas pela porta, não é o pastor”». Para entrar no reino de Deus, na comunidade cristã, na Igreja, «a porta — explicou o Papa — a verdadeira porta, a única porta é Jesus. Devemos entrar por aquela porta. E Jesus é explícito: “Quem não entra no redil das ovelhas pela porta — que é Ele — mas entra por outro lado, é um ladrão ou um salteador”, alguém que quer ter lucro para si mesmo».

Isto, notou, acontece «também nas comunidades cristãs. Há esses arrivistas, não?, que procuram vantagens. E consciente ou inconscientemente fingem que entram; mas são ladrões e salteadores. Por quê? Porque roubam a glória a Jesus, querem a própria glória. E é isto que Jesus dizia aos fariseus: “Vós roubai-vos a glória uns aos outros...”. Uma religião que negocia, não? “Negociais a glória entre vós”. Mas eles não entraram pela porta verdadeira. A porta é Jesus e quem não entra por esta porta erra».

E na missa celebrada no dia 25 de Abril, o Papa Francisco recordou que a Igreja é uma história de amor e nós fazemos parte dela. Mas precisamente por isso, quando se dá demasiada importância à organização, quando escritórios e burocracia assumem uma dimensão predominante, a Igreja perde a sua verdadeira substância e corre o risco de se transformar numa simples organização não governamental. A história de amor à qual o Papa Francisco se referiu durante a missa celebrada na manhã de quarta-feira, 24 de Abril, na capela da Domus Sanctae Marthae, é a da maternidade da Igreja. Uma maternidade, disse, que cresce e se difunde no tempo «e que ainda não acabou», impulsionada não por forças humanas mas «pela força do Espírito Santo». No altar com o Papa estavam presentes o cardeal Javier Lozano Barragán, D. Dominique Rey, Bispo de Fréjus-Toulon, e D. Luigi Renzo, bispo de Mileto-Nicotera-Tropea. Participou na missa também uma representação dos funcionários do Instituto para as Obras de Religião.

Como acontece habitualmente, o Pontífice comentou as leituras do dia, tiradas dos Actos dos Apóstolos (12, 24 – 13, 5) e do Evangelho de João (12, 44-50). «A primeira leitura — frisou — inicia com estas palavras: “Naqueles dias, a Palavra de Deus crescia e difundia-se”. Trata-se do início da Igreja, no momento que cresce e se difunde em todos os lugares, em todo o mundo». Um facto que, explicou, poderia ser avaliado em termos meramente quantitativos, com satisfação porque deste modo se obtêm mais «seguidores» e se reúnem mais «sócios» para a empresa. Aliás, chega-se até a estabelecer «pactos para crescer».

Ao contrário «o caminho que Jesus quis para a sua Igreja — disse o Pontífice — é outro: é o caminho das dificuldades, o caminho da cruz e das perseguições». E também isto nos faz pensar: «Mas o que é esta Igreja? Esta nossa Igreja, que não parece ser uma empresa humana, mas é outra coisa». A resposta mais uma vez está no Evangelho, no qual Jesus «nos diz algo que talvez possa iluminar esta pergunta: “Quem crê em mim, não crê em mim mas crê n'Aquele que me enviou”». Também Cristo, explicou, foi «mandado, é enviado por outro!». Portanto, quando indica aos doze apóstolos o programa de vida e o modo de viver, «não o faz por si mesmo» mas «por Aquele que o enviou».

 


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