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VISITA PASTORAL DO PAPA FRANCISCO
 A NOMADELFIA (GROSSETO): VISITA À SEDE DA COMUNIDADE FUNDADA

 POR DOM ZENO SALTINI (1900-1981) E LOPPIANO (FLORENÇA): VISITA À SEDE INTERNACIONAL 
DO MOVIMENTO DOS FOCOLARES
[10 DE MAIO DE 2018]

ENCONTRO COM OS MEMBROS DA COMUNIDADE DE DOM ZENO SALTINI

DISCURSO DO SANTO PADRE

Nomadelfia (Grosseto)
Grosseto, 10 de maio de 2018

[Multimídia]


 

Estimados irmãos e irmãs de Nomadélfia!

Vim aqui ao meio de vós para recordar Dom Zeno Saltini e exprimir o meu encorajamento à vossa comunidade que foi fundada por ele. Saúdo-vos todos com afeto: o vosso presidente Francesco Matterazzo, o pároco padre Ferdinando Neri, os numerosos amigos e o Bispo de Grossetto, em cuja Diocese estais inseridos e que segue com zelo o caminho da obra de Dom Zeno. Nomadélfia é uma realidade profética que se propõe realizar uma nova civilização, praticando o Evangelho como forma de vida boa e bonita.

O vosso Fundador dedicou-se com fervor apostólico a preparar o terreno para a semente do Evangelho, a fim de que pudesse dar frutos de vida nova. Crescido no meio dos campos das férteis planícies da Emília, ele sabia que quando chega a estação certa é o tempo de pegar no arado e preparar a terra para o plantio. Ficou-lhe impressa a frase de Jesus: «Quem depois de deitar a mão ao arado, olha para trás, não é apto para o Reino de Deus» (Lc 9, 62). Repetia-a com frequência, talvez prevendo as dificuldades que teria encontrado para encarnar, na realidade do dia a dia, a força renovadora do Evangelho.

A Lei da fraternidade, que carateriza a vossa vida, foi o sonho e o objetivo de toda a existência de Dom Zeno, que desejava uma comunidade de vida inspirada no modelo delineado nos Atos dos Apóstolos: «A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma. Ninguém chamava seu ao que lhe pertencia mas, entre eles, tudo era comum» (At 4, 32). Exorto-vos a continuar este estilo de vida, confiando na força do Evangelho e do Espírito Santo, mediante o vosso límpido testemunho cristão.

Diante dos sofrimentos de crianças órfãs ou marcadas pelas dificuldades, Dom Zeno entendeu que a única linguagem que compreendiam era a do amor. Por conseguinte, soube identificar uma peculiar forma de sociedade na qual não há espaço para o isolamento nem para a solidão, mas vigora o princípio da colaboração entre diversas famílias, onde os membros se reconhecem irmãos na fé. Assim em Nomadélfia, em resposta a uma chamada especial do Senhor, estabeleceram-se vínculos muito mais sólidos do que os de parentela. Tem lugar uma consanguinidade com Jesus, própria de quem renasceu pela água e pelo Espírito Santo e segundo as palavras do Mestre divino: «Aquele que fizer a vontade de Deus, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe» (Mc 3, 35). Este vínculo especial de consanguinidade e familiaridade manifesta-se também pelas relações recíprocas entre as pessoas: todos se chamam pelo nome, nunca pelo sobrenome, e nos relacionamentos diários usa-se o confidencial “tu”.

Gostaria de evidenciar outro sinal profético, um sinal da grande humanidade de Nomadélfia: trata-se da atenção amorosa para com os idosos que, até quando não gozam de boa saúde, permanecem em família e são apoiados pelos irmãos e irmãs de toda a comunidade. Continuai neste caminho, encarnando o modelo do amor fraterno, inclusive mediante obras e sinais visíveis, nos múltiplos contextos onde a caridade evangélica vos chama, mas conservando sempre o espírito de Dom Zeno que desejava uma Nomadélfia “leve” e essencial nas suas estruturas. Diante de um mundo que às vezes é hostil aos ideais pregados por Cristo, não hesiteis em responder com o testemunho jubiloso e sereno da vossa vida, inspirada no Evangelho.

Agradeço-vos muito o calor e o clima de família com o qual me recebestes. Foi um encontro breve mas cheio de significado e emoção; conservá-lo-ei comigo, especialmente na oração. Recordarei os vossos rostos: os rostos de uma grande família com o sabor sincero do Evangelho.

E agora, saboreando a alegria de sermos todos irmãos porque somos filhos do Pai celestial, recitemos juntos o Pai-Nosso.

Recitação do Pai-Nosso

Agora concedo a todos vós, às vossas famílias e às pessoas queridas a Bênção apostólica, invocando sobre cada um a luz e a força do Espírito Santo.

[Bênção]

E rezai por mim, não vos esqueçais.

[Palavras conclusivas]

Muito obrigado pelo acolhimento. E pelas prendas, que são “dons de família”, isto é muito importante: são dons que vêm do coração, da família, daqui; simples, mas ricos de significado.

Muito obrigado! Agradeço-vos o acolhimento, a vossa alegria. E ide em frente! Obrigado.

 



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