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ENCONTRO DO PAPA FRANCISCO
COM OS FAMILIARES DAS VÍTIMAS DO ATENTADO DE NICE

Sala Paulo VI
Sábado, 24 de Setembro de 2016

[Multimídia]


 

Meus queridos irmãos e irmãs, peço desculpa por falar em italiano, o meu francês não é bom.

É com profunda comoção que me encontro convosco, que sofreis no vosso corpo ou no vosso espírito porque, numa noite de festa, a violência vos atingiu cegamente, a vós ou a um dos vossos queridos, sem distinguir entre origem ou religião. Desejo compartilhar o vosso sofrimento, que se torna ainda mais forte quando penso nas crianças, até em inteiras famílias, cuja vida foi interrompida de repente e de maneira dramática. A cada um de vós garanto a minha compaixão, proximidade e oração.

Queridas famílias, invoco o nosso Pai celeste, Pai de todos, para que acolha consigo os vossos queridos defuntos, a fim de que encontrem depressa o repouso e a alegria da vida eterna. Para nós, cristãos, o fundamento da esperança é Jesus Cristo morto e ressuscitado. O Apóstolo Paulo no-lo garante: «Se já morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele. Sabemos que Cristo foi ressuscitado e nunca mais morrerá, pois a morte não tem mais poder sobre ele» (Rm 6, 8-9). Que a certeza da vida eterna, a qual pertence também aos crentes de outras religiões, vos seja de conforto durante a vida, e constitua um forte motivo de perseverança para continuar com coragem o vosso caminho aqui na terra.

Rezo a Deus de misericórdia também por todas as pessoas que foram feridas, em certos casos atrozmente mutiladas, na carne ou no espírito, e não me esqueço de quantos, por este motivo, não puderam vir ou ainda estão no hospital. A Igreja permanece ao vosso lado e acompanha-vos com imensa compaixão. Com a sua presença ao vosso lado nestes momentos tão difíceis de enfrentar, ela pede ao Senhor que venha em vossa ajuda e instile nos vossos corações sentimentos de paz e fraternidade.

O drama que a cidade de Nice conheceu suscitou em toda a parte gestos significativos de solidariedade e de acompanhamento. Agradeço a todas as pessoas que, imediatamente, prestaram socorro às vítimas, ou que até hoje, e certamente ainda por muito tempo, se dedicam a apoiar e acompanhar as famílias. Penso naturalmente na Comunidade católica e no seu Bispo, D. André Marceau, mas também nos serviços de assistência e no mundo associativo, em particular na associação Alpes-Maritimes Fraternité, aqui presente, que reúne representantes de todas as confissões religiosas, o que é um sinal muito bom de esperança. Alegro-me por ver que entre vós as relações inter-religiosas são muito vivas, e isto não pode deixar de contribuir para aliviar as feridas destes acontecimentos dramáticos.

Com efeito, estabelecer um diálogo sincero e relações fraternas entre todos, sobretudo entre quantos confessam um Deus único e misericordioso, é uma prioridade urgente que os responsáveis, quer políticos quer religiosos, devem procurar favorecer e que cada um está chamado a pôr em prática ao seu redor. Quando é grande a tentação de se fechar em si mesmo, ou de responder ao ódio com o ódio e à violência com a violência, é necessária uma conversão autêntica do coração. Eis a mensagem que o Evangelho de Jesus dirige a todos nós. Pode-se responder aos assaltos do demónio unicamente com as obras de Deus que são perdão, amor e respeito pelo próximo, mesmo se é diferente.

Amados irmãos e irmãs, garanto-vos mais uma vez a minha oração e toda a ternura do Sucessor de Pedro. Rezo também pelo vosso querido país e pelos seus responsáveis, a fim de que se construa incansavelmente uma sociedade justa, pacífica e fraterna. Como sinal da minha proximidade, invoco sobre cada um de vós a ajuda da Virgem Maria e a abundância das bênçãos celestes.

 



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